segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Em mil delírios ...


Em mil delírios roucos te abraço

sentindo o tremor do teu corpo,

ás vezes me entristeço nos compassos,

sentindo o amargo gosto do adeus.

Sem flecha, sem arco,

sou seu índio das terras onde a guerra se findou,

sem medo, nem temor,

sou seu gemido no espaço em que teu braço me cercou.

Não quero mais saber da boemia se em casa

tenho o gosto de viver e junto ao gozo,

toda a alegria de ser amado e de te pertencer.

Fingindo ser criança sou teu homem e nos teus seios

perco a minha idade, deitando em nossa cama sou selvagem,

menino delirando de saudade.

E de manhã acordo em tua nudez querendo novamente anoitecer,

para afogar de vez estes desejos que me pintam para a guerra do prazer.

Nas ruas, de você não me despeço,

para sentir que estou sempre junto a ti;

a noite vem chegando pouco a pouco e sem perceber eu já fugi.....

fugi da vida para os teus braços,

que ardentes me afagam sem cessar;

e no amor, as luzes adormecem,

criança sou de novo a delirar.